Em Julho de 1808, é graças à intervenção de D. Angela Tamagnini (1770-1827), fluente em francês, que é evitado um embate bélico entre o povo de Tomar e o exército francês ao comando do General Pierre Margaron sob a ordem de Junot.
General Margaron
Através da Gazeta de Lisboa (que neste período está ao serviço dos franceses como meio de propaganda napoleónica; o Intendente Geral da Polícia Pierre Lagarde dita a oficiais portugueses que fazem a tradução para português) é alcançável uma carta destinada a Junot cujo conteúdo é pouco ou nada conhecido.
O diálogo com o General Margaron, aliado ao acordo estabelecido, coexiste com uma lenda local de que o francês se apaixona pela italiana (por sua vez, casada com um "notável de Tomar").
A Gazeta de Lisboa não refere a presença de Angela Tamagnini, no entanto, a ter acontecido a negociação podemos deduzir que em algum momento esta carta terá entrado na negociação.
Gazeta de Lisboa, datada de 8 de Julho de 1808:
"Havendo-se manifestado em Thomar hum principio de insurreição, os Frades e a mais vil canalha foraó os unicos que tomáraó parte nesta revolta. Os habitantes honrados daquella Villa porém se deraó pressa a dirigir ao Illustrissimo e Excelentissimo Senhor Duque d'Abrantes a carta seguinte:
A Gazeta de Lisboa, como instrumento de propaganda ao serviço de Napoleão, continuou a dar o exemplo de Tomar em que os franceses foram "recebidos como amigos", ao contrário de Leiria onde houve mortes e destruição. Servindo assim esta diferença como aviso a todas as cidades e vilas de Portugal, como podemos verificar: