Bem-vindo ao Tomar Digital, um site dedicado a obras digitalizadas e fontes históricas sobre Tomar
Welcome to Tomar Digital, a History site that made investigation about the portuguese city Tomar.
We are making good discovers and give them to society to get more information, culture and events.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Livro Nabantino, com 400 anos, volta do Brasil.


É uma honra para a Tomar Digital ter "achado" esta digitalização e poder aqui disponibilizar todo o seu conteúdo para que nunca mais se perca este tesouro nabantino.

Garanto-lhes que foi dificílimo  desencantar um exemplar digitalizado, tendo-o encontrado através de uma fundação brasileira que salvaguarda o espólio de livros, documentos e objectos de Ruy Barbosa.

Pode fazer o download do livro em formato PDF e guardar no seu PC se assim entender.

A obra História da Vida e Martyrio da Gloriosa Virgem Santa Eria de 1618 da autoria do Freire Isidoro da Barreira, foi escrita e impressa no Convento de Cristo e faz no presente ano de 2018 o aniversário 400.

A forma como se apresenta e de acordo com os testemunhos e nomes que nela inclui, permite perceber que Isidoro da Barreira procurou junto da população a informação para compilar os seus textos sem descurar a base das obras anteriores que contam a lenda.

A riqueza histórica deste trabalho é enorme, inclui poemas, lembrando aqui que a Feira de Santa Iria foi criada pouco depois em 1626.

Provindo da Biblioteca Rui Barbosa Digital, o livro está digitalizado na integra, devo salientar que apresenta alguns lapsos de paginação de origem, como exemplo, não se ter numerado a página 53.

E está aqui disponível:


Um obrigado especial a Ruy Barbosa por ter o nosso livro na sua colecção.

domingo, 23 de dezembro de 2018

Jornal de Tomar - A Verdade de 23 de Dezembro de 1888




Foi há 130 anos, a 23 de Dezembro, Domingo, que saíam as notícias do semanário "A Verdade" em Thomar, do "editor, proprietário e responsável" António da Silva Magalhães.

Após o escândalo do divórcio do rei da Sérvia e dos boatos da rainha de Portugal em se querer divorciar do Rei D. Luiz, novas notícias chegavam um pouco de todo o lado à nossa cidade, sendo que das notícias locais o Dr. Joaquim Jacinto regressou a Thomar, a D. Maria Henriqueta Martins e o Sr. Álvaro de Vasconcelos fazem anos na terça-feira, há o desfecho de uma situação burocrática no Registo Civil com o Sr. Ferraz em que o jornal "lamenta (...) ao Sr.Ferraz de Macedo (...) por mais uma vez ter ido esbarrar com um cretino".

Continuando, na semana passada, um dos criados do Sr. José Joaquim de Araújo, "acreditado comerciante desta cidade", quando procedia ao descarregamento de um casco de azeite de uma carroça para o armazém, "partiu-se uma das pranchas e batendo o casco na calçada saltou-lhe uma aduela". Apesar das providencias perdeu-se uma grande quantidade de azeite. Que desgraça...

No dia 17 o Sr.Guilherme Ferreira e a D. Florinda da Piedade casaram.

Surgem igualmente os preços actualizados do Mercado de Tomar onde os Tremoços estão a 230 Reis.




Há uma resposta ao Sr. Augusto da Silva Garcez, que em "vez ser um senhor às direitas" é "uma ratazana", assim como ao Sr.José Alves da Silva, em tom de despedida "E porque estes senhores são dignos um do outro, aqui declaramos que os deixamos - em paz e às moscas."

Perdeu-se um Varino, precisam-se sapateiro e funileiros.

Arrenda-se casa.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Tomar e 11 Decímetros

A obra Memória sobre Pesos e Medidas publicada em 1836, assegura na pagina 9 que a antiga unidade de medida Vara, 11 decímetros = 1.10 metros, estava representada na Câmara de Tomar e cuja mesma tinha sido doada pelo Rei D. Sebastião.





domingo, 9 de dezembro de 2018

Carta de Thomar para Junot (1808)

Em Julho de 1808, de acordo com os escritos e populares, foi graças à intervenção de Ângela Tamagnini, conhecedora da língua francesa, que é evitado um embate bélico entre o povo de Tomar e o exército francês ao comando do General Pierre Margaron, sob a ordem de Junot, que tinha poucos dias antes devastado a cidade de Leiria.

General Margaron

Através da Gazeta de Lisboa, que neste período estava ao serviço dos franceses como meio de propaganda napoleónica, onde o Intendente Geral da Polícia Pierre Lagarde ditava a oficiais portugueses que faziam a tradução para português, conseguimos chegar a um verdadeiro tesouro que nos escapa quando falamos deste momento da história de Tomar: uma carta destinada a Junot.

Todos conhecemos o momento em que Ângela Tamagnini através do diálogo com o General Margaron, consegue provar a rendição de Tomar, existindo até uma lenda local de que o francês se apaixonou pela italiana, que era casada com um notável de Tomar.

A Gazeta de Lisboa não refere a presença de Ângela Tamagnini, no entanto, a ter acontecido a negociação podemos deduzir que em algum momento esta carta terá entrado na negociação.

No entanto, o conteúdo da carta é pouco conhecido e surge aqui tal como surge na Gazeta de Lisboa, datada de 8 de Julho de 1808:


"Havendo-se manifestado em Thomar hum principio de insurreição, os Frades e a mais vil canalha foraó os unicos que tomáraó parte nesta revolta. Os habitantes honrados daquella Villa porém se deraó pressa a dirigir ao Illustrissimo e Excelentissimo Senhor Duque d'Abrantes a carta seguinte:


 Sua Excelencia ordenou ao General que marcha para Thomar , que distinguisse aquela Vila da cidade de Leiria , que quiz persistir no seu criminoso delírio, e que por isso recebeu o castigo merecido, como igualmente Beja e Villa Viçosa. A mesma sorte está reservada a todas as povoações que ousarem revoltar-se."


A Gazeta de Lisboa, como instrumento de propaganda ao serviço de Napoleão, continuou a dar o exemplo de Tomar em que os franceses foram "recebidos como amigos", ao contrário de Leiria onde houve mortes e destruição. Servindo assim esta diferença como aviso a todas as cidades e vilas de Portugal, como podemos verificar:

A Carta de 1808, que apresenta nomes de tomarenses desse ano, é uma forte prova do poder do diálogo num cenário de guerra.






sábado, 8 de dezembro de 2018

Poema "Sancta Iria" de Feliciano de Castillo (1839)

O poema que se segue "Sancta Iria - Chacara", a padroeira de Tomar, é da autoria de António Feliciano de Castillo e surge num livro de 1846, de nome Exacavações Poeticas, com publicação no Rio de Janeiro.
O autor revela que o poema foi escrito na Quinta da Azenha Velha junto a Carnide, a 28 de Maio de 1839.


Tocam sinos em Nabancia,
Tocam sinos á porfia;
É por S. Pedro e S. Paulo, 
Que se-festeja o seo dia. 

Á Matriz são vindas freiras, 
Quantas em S. Bento havia: 
Todo o altar um ramalhete ; 
O povo galas vestia.

Mas nem no altar se-inlevava, 
Nem no poyo se-revia 
Britaldo, filho mancebo 
Do que em Nabancia regía: 

Curiosidade o lá trouxe 
Do muito que ouviu de Iria;
Que nem ha freira tão linda,
Nem sancta de egual valia.



Logo em a-vendo foi cego, 
De quanto o ceo n’ella ria; 
Iria, é toda da gloria, 
Britaldo, todo d'Iria. 

Desde aquella negra hora 
Perdeo comer e alegria; 
Sonha as noites accordado, 
Não cuida em tal todo o dia. 

Promette amor e segredo, 
Promette ouro e pedraria, 
A propria vida promette 
Se ella aceitar-lh'a queria. 

Marido quer a donzella, 
Porém de mór jerarquia; 
Quer delicias e riquezas, 
Mas nào ouro, e pedraria.


Quer Jesu por seo esposo, 
Por sogra a virgem Maria, 
O ceo por palacio e hortas, 
Os Anjos por companhia; 

Por delicias basta a pomba 
Do Paraclito seo guia, 
Que entre as flores das virtudes 
N'alma lhe-arrulha alegria.


Gastado dos vãos desejos 
Morrer Britaldo se-via: 
Geme seo pae Castinaldo, 
Chora sua máe Cassía. 

Todo o povo anda pasmado, 
Que é dó ver tal loucanía,
Annos tāo verdes, murchados, 
Pender para a terra fria.



Chegou a nova ao mosteiro; 
Lastimou-se a boa Iria : 
Deu-lhe licenca a abbadessa 
De ir ver a quem se-morria. 

Introu manso ao pé do infermo, 
Que nada ver não queria, 
E disse-lhe: « ¡Sus Britaldo » 
E elle accordou e tremia.

Reconhecendo ser ella, 
Recobrou nova alegria: 
Dos olhos, faces e bocca 
Logo a morte sacudia; 

Ambos os bragos algava 
Como d'antes náo sohia: 
E por julga-la rendida 
Abraça-la já queria.


Como que foram serpentes 
Ella os bragos lhe-fugia: 
E contra o fogo da carne 
Sanctas razóes lhe-dizia. 

E vendo que ás razóes sanctas 
O doente se-rendia, 
Foi pór-lhe as mâos na cabeça, 
E disse com fé mui pia: 

« Nome do Padre e do Filho 
« E do Esprito que alumia, 
« Accuda-te o anjo da guarda, 
« Salve-te a virgem Maria. » 

Palavras máo eram dictas, 
Britaldo mui são se-erguia,
 E vendo-a que se-apartava,
 Com esta falla a-seguia:



«Da morte, sim, me-has livrado, 
« Não do amor de que morria; 
« Não sei se é favor, se é damno 
« O que me ora has feito, Iria. »

« Masqualquer que eme tu fosses, 
Nunca te eu mal quereria,
 « Deus te-accrescente a ventura
 « Com toda a que me-devia. »

« Eu que te-chore no mundo, 
« Onde tão solto me-ria ; 
« Tu, folga sem mim no ermo, 
« Sem homem, hora, nem dia. » 

«Que se jámais cá me-soa 
Amor terrestre de Iria, 
Qual a vida que me has dado, 
« Morte crua eu te daria. »



« Adeus e porque vás certa 
« Que ninguem te-livraria, 
Por Deus te-juro isto mesmo, 
« E pela virgem Maria ! » 

Mal era fin da uma guerra, 
Outra guerra se-accendia 
Contra a limpa castidade 
D'aquella formosa Iria.

D’entra as rosas d'annos verdes 
Viu amor que a não rendia: 
Foi entre cás emboscar-se, 
Que não ha maior falsía.

Em montes de sanctidade, 
Onde se ella mais confia, 
Por entre as fontes da graga 
Lhe-armou sua bateria. 



Um monge, dicto Remigio, 
A confessa-la sohia, 
Varão d'an nos e virtudes, 
O mór que em monges havia.

 Namorou-o a formosura 
Dalma que nua lhe-via; 
Votou perde-la e perder-se 
Quem lhe sempre fóra guia. 

Pasmou Iria atterrada 
De tão estran ha ousadia; 
Mas logo com gräo despejo 
Suas tencóes rebatia. 

Como que alfim cae na conta, 
O monge perdào pedia; 
E com mores penitencias 
Nova malda de incobria. 



As calidades das hervas 
Todas elle as-con hecia, 
Que umas sáo para saude 
Outras de grä tyrannia. 

Como veio á meia noite, 
Da sua cova sahia ; 
Como a meia noite dava, 
Hervas no monte colhia. 

Colhidas que teve as hervas, 
Suas folhas espremia; 
Toda a terra era calada , 
O rio triste corria. 

Mlixturava sumo verde 
Com palavras que sabia; 
Com seo bafo pegonhento 
O sumo se-denegria. 



Nen hum anjo ousava olha-lo; 
Nen huma estrella luzia: 
Pöe Remigio olhos de fogo 
No vaso.... e o vaso fervia. 

D'aquella infernal peconha 
Temp'rou a mesa d'Iria: 
Iria estava innocente . 
Näo suppunha mal, comia. 

Comidas que teve as hervas, 
Logo o ventre lhe-crescia, 
Como foi crescendo o ventre 
Logo o seio se-lhe-inchia.

O parecer do sembrante 
De panno se-lhe-cobria; 
Mostras de dona pejada 
Nenhuma lhe-fallescia. 

Todo o convento se-espanta, 
A-despreza e a-injuría, 
Toda a terra de Nabancia 
Ri da sua hypocrisia. 

A triste nào se-defende 
Nem defender-se podia; 
Remigio a—amaldicoava, 
Britaldo cm furias ardia. 

Tudo era contra a coitada ; 
Nem o ceo não lhe-acudia: 
Chorem leóes, chorem ursos, 
Chorem tanta barbaria. 

Foi Britaldo ter, a occultas , 
Com um que na terra havia . 
Acostumado a alugar-se 
Em qualquer malfeitoria. 

« Ora, sus Banão lhe-disse: 
« Boa nova eu te-daria, 
« Que houveras tu prata e ouro 
« Se a ferro morresse Iria. »

Depois de cuidar um pouco, 
Banão assim respondia: 
« Fizera-o eu por dar gosto 
« Só a tua sen horia. 



« Quantas monjas tem S. Bento, 
« Quantas eu te—mataria: 
« Traze ora o que prometteste 
« Que ella morta, eu posto em via. »

 Recebido o ouro e a prata 
Á facanha se-partia:
 Soube em que parte da cérca 
Aso de a-colher teria. 

Por entre umas matas densas, 
Por-li o Nabão corria 
Logar mui feito a tristuras, 
Por brenhas e penedia. 

Nas horas mortas da noite, 
Quando do córo sahia, 
Alli vinha ajoelhada 
Chorar mais resas Iria. 

N’aquellas silvestres lapas 
Logo Banão se escondia; 
Nem vento não respirava, 
A lua n agua tremia.

Bem poderam piar mochos, 
Só um rouxinol se-ouvia, 
Ao som do murmurio fresco. 
Das pedras entre a agua fria. 

Banão, por livrar do somno. 
Que no esperar lhe-crescia, 
N'uma pedra, manso e manso. 
A afiada espada afia. 

Detem-se, que ouviu passadas; 
Surge, olha em redor, espia.... 
Quando n'uma lagea bronca 
Vé de joelhos Iria. 

Dava-lhe a lua no rosto, 
Como estrella resplendia; 
E apertando as mâos algadas 
Estes prantos proferia: — 

« Jesu, esposo d'esta alma, 
« O” sancta virgem Maria, 
« O” celestes potestades, 
« O”anjo, meo casto guia. 

« Já nada por mim vos-pego, 
« Que eu nada vos-merecia, 
« Mas que não se perca a fama 
« Das monjas com quem vivia.

« Tirai do escandalo o povo, 
« E o convento da agonia, 
« E eu que morra...» Eis mão de ferro 
Que a garganta lhe-tolhia. 

E eis que vibrada no ouvido 
Esta palavra rangia: 
«Britaldo, agora te-mata, 
«Britaldo, ¿ intendes, Iria?

E logo um tinir de ferro,
 Uma espada que lusia, 
A garganta atravessada, 
O corpo em terra batia. ¡

O sangue que borbutava 
E um lume que aos ceos subia:
 E em roda d'elle mil anjos 
Com celeste melodia!

O corpo da virgem martyr 
Lá vaina corrente fria 
Nu dos habitos sagrados 
Que desde a infancia trazia.

Ramo de lirios e rosas, 
Que aboiava, parecia, 
Do Nabáo tomou-a o Zézere 
Com elle ao Tejo descia. 

Assim veiu navegando 
N’aquella agua corredia, 
Aquella alva barca humana 
Que serafins traz por guia.

 De sangue vai purpurada 
Por mais nobre galhardia, 
Dado aos ventos o cabello 
Que era as vellas que trazia. 

Por onde quer que passava 
Tudo ao longe recendia; 
Té que veiu aos pés d'um monte 
Que juncto a Escalabi havia;

E alli, onde um bom remanso 
O Tejo fundo fazia, 
Foi sepultada nas aguas
Perla de tanta valia. 

Todos os anjos e archanjos 
Da celeste jerarchia,
 No fundo d'aquellas aguas 
Trabalharam todo um dia.

Lavraram-lhe un moimento 
De pedra mui luzedia; 
Depois cantaram-lhe obzequias 
De estremada melodia. 

E antes que outra vez tornassem 
Para a eternal monarchia, 
Co”as conchinhas de mil córes, 
E o ouro que o Tejo cria, 

Sobre a campa lhe-intalharam 
Um letreiro, que dizia: 
« Livre da terra, aqui poisa 
« A virgen mui sancta Iria. » 

Sagrada a véa do Tejo 
Ficou desde aquelle dia. -


sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Um Americano em Thomar - Ernest Peixotto (1922)


Ernest Peixotto (1869-1940) foi um escritor, ilustrador e artista americano, que viajou pelo mundo tendo visitado Portugal e Espanha.

O seu apelido tão lusitano deve-se ao facto de ser de ascendência sefardita.

Esta é uma obra de luxo, a todos os melhores níveis.

A obra "Through Spain and Portugal" publicada em 1922, resulta desta viagem e tem a sua passagem por Thomar, o que a notabiliza mais uma vez, sendo que o capítulo respectivo inclui duas ilustrações de Ernest.

O autor eleva Thomar através dos monumentos e arquitectura que encontrou, maravilhando-se com o Convento de Cristo.


Fica aqui o Capítulo: THOMAR, da descrição e das ilustrações:


The drives in central Portugal are truly delightful. The little open carriage, the horses* steady pace, the soft fragrance of the air, the ever-changing and ever-pleasant pictures along the way, make an ideal mode of travel, far from the noisy railway and the dust of automobiles. The scenery is not spectacular in any way—just lovely country, peaceful and idyllic. Rows of oaks and eucalypti ranged against the sky, cork-trees by the roadside, vineyards perched on rocky terraces, vales of olive groves, and, most of all, pine woods, sundrenched and balsamic, on the risings—such are the features of the landscape. Villages seem few for populous Europe, but the farms, when you come upon them, are homelike, freshly painted, and clean. For some hours we drove along, crossing many steep ridges until, toward noon, Ourem's Castle came in sight, perched high on a fat, round hill. This we skirted, through vineyards and olive or-



chards, until we entered the long street of a town. Villa Nova d'Ourem, where we drew up before a very modest hospedaria. Notwithstanding its humble appearance, we found a neat, cool room up-stairs and had a good, plain luncheon. As soon as the noonday glare had somewhat subsided we were off again for another two hours. Then, at a turning, Thomar's church and castle suddenly rose before us. It seemed too late to climb the hill that evening, so we loitered instead in the fragrant gardens that skirt the Nabao, a little stream that seems to run right through these pleasuregrounds, feeding numerous picturesque wheels that dip its water into sluices and carry it off to the thirsty fields. When, next morning, we did ascend to the castle, we found it a fine old ruin that overlooks a vast expanse of country. From its battlements you may follow the course of one river after another —the Nabao, the Zezere, the Isna—as they wind through orchard and vineyard to their junction with the mighty Tagus. The merlons of its ramparts, pierced with loopholes in the shape of a cross standing on a circle,

show that it was built for the Templars, this being their emblem—the cross upon the earth. Their day passed, the infidel was driven from the country forever, and, relieved of the nightmare of the Moor's return, a new brotherhood arose and installed itself in the castle—the Order of Christ. Headed by its grand master, Henry the Navigator, its members put all their strength to new endeavor and dreamed their dreams of conquest and exploration, unveiling one by one the secrets of the ocean, finding the water routes to the uttermost ends of the earth, adding far countries to the crown of their sovereign. The church that adjoins the castle reflects both these periods. Its earlier portions, rugged and battlemented, built like a fortress, an outpost fronting the enemy, suggest the warlike spirit of the Templars. Its later portions voice the dreams of the Knights of Christ, and remain perhaps the supreme record of the most heroic and patriotic period of Portugal's history, when these knights constituted the vanguard of their country's civilization, supplying the wealth to back Prince Henry's enterprises and send one expedition after another over the seas,

the sails of the caravels emblazoned with the special cross that was the sign of their order. Each stone of the church speaks of some feat of these navigators; every detail of its ornament chants a song of the sea and the whole edifice is a poem of patriotism written in stone by its genial architect, Joao de Castilho. To read its story you must forget cold architectural measurements and look at the church as a vast fabric of symbols. Then, upon its buttresses, you will discern the corals and pearls of the tropic seas; upon its string-courses you will find ropes twisted through cork floats; in the reveals of its rose window the sails of the caravels belly in the wind, restrained by taut cordage and, capping its battlements, pierced by a frieze of armillary spheres, emblems of hope and of the king, the crosses of the Order of Christ form the cresting against the sky. The extravagant climax is reached in the chapterhouse window, a fantasy in limestone, a bit of submarine architecture worthy to grace a palace of the Nereids at the bottom of the sea : corals and sea-kelp, moving wave forms, bits of anchors and broken chains, shells and anemones, conches and cockles


blended together in a strange medley of forms too intricate to describe and too delicate to draw that contrast beautifully with the vast plain surfaces that surround them. The main entrance to the church is much more restrained and is perhaps the most beautiful doorway in the country, reminding one of the same architect's design at Belem, but finer both in conception and execution. The interior befits the meeting-place for holy knights, recalling some temple of the Grail. The knights worshipped in the coro alto to which a staircase ascends from the great cloister, and one can readily picture the chevaliers, two and two, mounting its narrow steps in dignified procession. The cloisters are of vast extent, but, owing to their late date, offer little of artistic interest, except perhaps the little cemetery courtyard, gay with flowers and Moorish tiles. From one of the large cloisters you step out upon a terrace overlooking a lovely vale. The convent wall edges the hill beyond, and all between stretch the gardens of the knights —bouquets of stately pines and rich masses of foliage— while in the quinta nearer the monastery, now the property of the Count of Thomar, oleanders, oranges,


 and loquats bloom amid masses of handsome flowers. Thomar is the swan-song of the Portuguese builders—the last outpouring of their soul, the final burst of glory before misfortune overtook their country and a Spanish Philip built the cold Palladian cloister that proclaims the death of the country's greatest hopes.