Com a degradação do Império Romano e a invasão dos povos bárbaros, a
Península Ibérica e consequentemente a região de Tomar são ocupadas por volta
do século V d.C..
Para além dos registos arqueológicos, a lenda local de Santa Iria, pelos
seus topónimos e antropónimos, inspira testemunhar acontecimentos longínquos numa
população romano-visigótica cristianizada.
Segundos os testemunhos que aqui abordamos, entre os achados correpondentes a esse período,
estão três moedas de ouro visigóticas.
O primeiro testemunho é do industrial e arqueólogo Pedro de Roure Pietra
(1815-1874), que numa publicação sua na Gazeta de Portugal, de 14 de
maio de 1863, refere a existência de uma moeda de ouro na sua posse encontrada em Tomar.
“Uma moeda d´ouro de Shindavitho, modernamente
encontrada naquelle mesmo sitio, e que conservamos em nosso poder, autorisa o
facto referido, e dá mais força á lenda.”
Em modo de curiosidade, aparentemente sem que Roure Pietra se tivesse apercebido,
constatamos que o ano da morte do rei Sindavinto ou Quindasvinto (562-653 d.C.)
corresponde ao da morte da lendária Santa Iria.
Outra publicação, agora no jornal A Verdade, de 26 de junho de 1881,
da autoria de um anónimo que assina F.V., faz saber sobre a descoberta da sua
autoria de duas moedas de ouro visigóticas.
Segundo esta fonte, através da descrição das moedas consegue identificar os
reis Recaredo I (ano de 586 d.C.) e Rodrigo (710 d.C.), localizando a descoberta na Beselga
a sete quilómetros de Tomar.